Objetivo
Contribuir para a defesa e preservação das memórias afro-brasileiras e indígenas no Rio de Janeiro ajudando as pessoas pobres a encontrarem um propósito em sua cultura e na relação com o meio ambiente e possibilitando o entendimento de que existem muitos caminhos possíveis para o crescimento profissional e a realização pessoal.
Problema Solucionado
A combinação de cultura e astronomia atraiu pessoas que de outra forma não teriam participado de uma atividade científica e/ou astronômica. Com uma prática pedagógica engajadora, os realizadores deste projeto mostraram que a astronomia é um campo das ciências naturais que está diretamente relacionado aos saberes locais, a compreensão da relação dos humanos com o meio ambiente e a preservação da natureza. O projeto cativou pessoas, sobretudo pessoas negras, que a partir dos valores ancestrais africanos e indígenas mudaram seu olhar sobre as ciências e sobre as formas de lidar com o espaço público. Com isso, o projeto promoveu um engajamento público dos participantes, uma vez que eles repassaram o conhecimento científico-cultural aprendido aos demais membros de sua comunidade e trouxeram contribuições que ampliaram a dinâmica do projeto, permitindo a cada edição um novo recorte. Os participantes a compreenderem que o patrimônio cultural e natural deve ser protegido. Isso possibilita desde um cuidado com as plantas à uma preocupação com o descarte de lixos. Portanto, o OruMbya pode ser entendido também com um projeto que contribui para a educação ambiental e para a sustentabilidade.
Descrição
Para cada edição, são organizados cinco eventos públicos (uma vez por mês) itinerantes, algumas oficinas sobre alimentos, ervas tradicionais e cultivo de vegetais, bem como seminários sobre assuntos específicos de astronomia. Cada evento realizado traz uma combinação orgânica de dedicação à astronomia, aos conhecimentos africanos e indígenas, às artes e às músicas tradicionais. Nos seminários, são abordados assuntos como calendários de diversos povos, ciclo das estações e as atividades realizadas a cada etapa, estrelas e cosmogonias associadas a elas, planetas, evolução química do Universo, acompanhados de músicas de diferentes etnias. As músicas apresentadas reproduzem a sonoridade das plantas, baseando-se no mapeamento das ondas sonoras que são emitidas por elas. Em todos os encontros, há participação de cientistas, promotores do saber local e a comunidade que realiza a troca de conhecimento. As atividades têm um público diversificado (crianças, jovens e adultos) que compartilham suas experiências de vida.
Recursos Necessários
Para implementar uma unidade desta tecnologia social é necessário pagar o trabalho realizado pelos profissionais do audiovisual, bem como o custo de produção dos materiais utilizados nas atividades realizadas. No total, são gastos para este fim R$12.930, distribuídos em:
DIVULGAÇÃO:
Filmagem /Edição de Imagens – R$3.000
Bolsas eco bag – R$1.500 (30 unidades)
Camisas – R$1.200,00 (30 unidades)
Banner 100x140cm – R$230,00 (02 unidades)
Impressão Gráfica – R$5.000
Mudas de plantio – R$2.000 (256 unidades)
Resultados Alcançados
Com o Projeto OruMbya, a Casa da Tia Ciata oferece aos moradores da região um aprendizado intercultural. Reforça-se que o Observatório do Valongo é uma das mais antigas instituições de Astronomia do Brasil situada no Morro da Conceição, local de resistência e reafirmação da identidade negra e uma das regiões urbanas mais vulneráveis socialmente do Rio. Com este projeto, a Casa da Tia Ciata trouxe um novo repertório cultural para os moradores e os visitantes da Pequena África. Com a oferta desta atividade, a Organização dos Remanescentes de Tia Ciata, responsáveis pela Casa da Tia Ciata, tornaram acessível aos moradores da região um aprendizado enriquecedor.
Desde o primeiro ano, o projeto conta com o apoio da Office of Astronomy for Development e já beneficiou 2.000 pessoas, majoritariamente estudantes e professores. Em seu primeiro ano, durante o isolamento social causado pela pandemia do Covid-19, centenas de pessoas participaram das atividades on-line que foram divididas em três grupos: 280 pessoas que aderiram aos webinars e 85 pessoas que participaram no curso on-line. No segundo ano, a edição “Mulheres OruMbya num mundo social tecnológico” contou com o apoio do British Council também atingindo um público amplo. Neste ano, o foco foi a divulgação de STEM entre as meninas. No terceiro ano, a edição “Biblioteca de Vozes Silenciadas” traz uma biblioteca itinerante de escritores negros que passou pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e está atualmente no Observatório do Valongo.
Para o quarto ano, a edição “Nossas raízes nas estrelas” vem sendo pensada para ser um projeto focado na agricultura familiar. O aspecto socioambiental e cultural da astronomia será discutido por meio da ressignificação dos elementos já trabalhados em edições anteriores, trazendo como novidade o empreendedorismo e a subsistência das famílias pobres. Esta nova edição será implementada nos locais onde a ORTC já realizou a itinerância do OruMbya: Morro da Conceição, Morro da Providência e Cantagalo. O propósito é fixar unidades do projeto nesses espaços e trazer novos olhares para o que já foi compartilhado antes, ampliando as possibilidades de atuação dos membros da comunidade.
Público atendido
Adulto
Afrodescendentes
Agricultores familiares
Alunos do ensino basico
Alunos no ensino superior
Desempregados
Jovens
Mulheres
Povos indigenas
Povos tradicionais
Tecnologias Sociais Semelhantes
Adolescentes Protagonistas
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